quarta-feira, 3 de junho de 2009

A Filosofia da Cadeira Aquecida

Professores do Superior Manifestam-se em Lisboa
Centenas de Professores Manifestam-se à Frente do Parlamento

Aí estão os adeptos da filosofia da cadeira aquecida. Foi-lhes alargado para seis anos o prazo inicial de quatro para se doutorarem porque se queixavam que quatro anos era pouco tempo. Agora queixam-se de que é tempo demais!

Ainda por cima querem que lhes dêem lugares vitalícios sem se submeterem a concurso público. Como se os estudantes, as universidades e os contribuintes não tivessem o dever e o direito de terem os melhores professores e investigadores!

E aqueles que, tendo qualificações muito melhores do que os que lá estão nunca tiveram a sorte nem fizeram os fretes para serem cooptados? Esses não têm direitos? Não têm o direito de competirem de forma transparente e serem escolhidos caso sejam os melhores para o lugar?

E o risco que correram os que se foram doutorar lá fora só para voltarem e se verem impedidos de concorrer a um lugar por estes já estarem ocupados por esta gente que, munida de uma mera licenciatura (quando não é menos!), acham que, pelo simples facto de terem estado sentados numa cadeira durante anos, têm o direito de lá continuar?! É isto que nos pedem para pagar? É isto que querem que os nossos filhos suportem na universidade?!

Há anos que se sabe que as universidades e politécnicos portugueses terão, mais tarde ou mais cedo, por reger-se pelos padrões europeus e internacionais de qualidade do ensino superior (universitário e politécnico), o que quer dizer duas coisas: o doutoramento como condição de base para aceder à carreira e concursos públicos transparentes para se entrar para os "quadros." Mesmo os seis anos previstos para os actuais "docentes" se prepararem são um insulto para todos aqueles que nunca tiveram sequer a hipótese de competir por um lugar -- sim, competir, a palavra feia que quer dizer trabalho, esforço e tomada de riscos, a terrível palavra que a nossa elite de "docentes" receia acima de tudo.

Mas isto é a carreira no politécnico. Resta ainda tratar a iniquidade dos Estatutos da Carreira Docente Universitária onde, continua a vigorar a estupidez do recrutamento por cooptação: basta ter um doutoramento, mesmo fracote, e ter aquecido a cadeira de assistente durante cinco anos para se ter emprego vitalício garantido à custa dos contribuintes e dos alunos, que assim são privados dos melhores professores.

A mensagem é clara: «se queres ser "professor" universitário em Portugal, não arrisques, não penses sequer em ires doutorar-te para o estrangeiro numa universidade prestigiosa; anda por aí (para usar a expressão de um desses "docentes" licenciados), começa por seres o mais agradável possível para os teus professores, elogia-lhes o trabalho, não levantes ondas, sê comportadinho e serás mais um excelente soldado do exército da mediocridade universitária portuguesa

46 comentários:

  1. Caro João,

    Não concordo com o que afirma. Aparentemente todos os docentes do subsistema politécnico, que durante tiraram do corpo para construir escolas, com horários que ultrapassam o limite legal e mesmo assim realizam investigação científica são uns "malandros". Aliás, nem se sabe como são docentes. Nem têm família e outras responsabilidades. São uma corja, portanto.

    O que diz é completamente falso e vejamos. Se aplicássemos o que se pretende realizar neste subsistema a toda a função pública: basicamente todos os funcionários públicos, independentemente do número de anos de serviço veriam o seu lugar a ser posto em concurso para qualquer pessoa o poder usurpar, mesmo que tenha exercido um grande esforço no seu local de trabalho. Aliás, muitos docentes do politécnico não têm doutoramento pois passaram parte da sua vida literalmente a construir a instituição onde operam, e agora qualquer pessoa lhes pode tirar o resultado desse esforço.

    Mas comparemos também com o privado. Aliás, em que aspecto é melhor função pública ao privado hoje em dia, como muito se refere? No passado talvez, não hoje! Onde é que hoje, um funcionário de uma empresa privada após anos de trabalho vê o seu lugar a ser colocado em concurso para qualquer pessoa concorrer? Era no mínimo parvo, mas, é o que está a acontecer com o subsistema politécnico.

    Qualquer docente teve sempre que passar por um concurso, provar as suas capacidades e competências. Ninguém entrou pela "Porta do Cavalo" para um lugar. E após vários anos de serviço (e em muitos casos de grande dedicação e esforço) não merece que o seu lugar seja protegido, como é feito a qualquer outro trabalhador público ou privado?

    Anda neste país é um vírus que faz com que todos que comentem situações de funcionários públicos os ataquem irrascivamente independentemente das suas razões. E deixem-se de "tretas" sobre os "dinheiros públicos". Muitas escolas do ensinos superior, devido aos sucessivos cortes do Governo, são obrigados a recorrer a receitas próprias- não dinheiros públicos - e muitas empresas privadas vivem à custa de apoios e subsídios do Estados, esses sim públicos.

    João Morais

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  2. Infelizmente há pareceres sobre nomeação definitiva que partilham da opinião "se não fez investigação nos últimos 15 anos é um absurdo exigir agora, depois de tanto tempo". Apesar da experiência no cargo ser importante, não se pode pensar no emprego como um direito adquirido de quem, manifestamente, nada fez nos últimos muito anos, exceto o mínimo dos mínimos... Com o que já há disponível, podemos ter universidade muito melhores - basta ter a coragem de enfrentar corporativismos instalados.

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  3. J. Morais falou e bem. Mas também é importante que se diga que o sistema está em contracção demográfica. E estas medidas antecipam e facilitam a "gestão em baixa". Certo também é que estamos ante uma crise financeira global e, claro, desde há mais tempo também nacional. E o que se faz, ante as dificuldades? Precarizar os provisórios e dar mais um escalão, acrescido de outroas mordomias, aos possíveis definitivos. A receita é velha e vem do tempo da outra Senhora, pagar bem aos cocheiros para fazer andar os cavalos...

    A., Algures, Edu(l)colândia

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  4. senhor joao bosco,

    1º a maioria dos professores em risco entrou por concurso publico.

    2º muitos dos que estao as portas da rua tem doutoramento

    3º os assistentes foram quase todos expulsos ilicitamente das suas carreiras, mesmo os doutorados, pois o estado não cumpre a lei, sim a lei que ainda vigora e que e dos anos 80


    4º a sua ignorancia e motivacao para desancar nos professores nao tem fundamento e ja vi isso ser-lhe explicado varias vezes em varios comentarios, sendo que nada muda da sua parte, por isso nao me merece credibilidade nenhuma pois esta a dar cabo da floresta so por nao gostar de uma ou outra arvore

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  5. João Bosco tem toda a razão. A minha faculdade está pejada de inúteis, que enchem os lugares de associado e catedrático. Não haverá concursos nos próximos dez anos. Não conseguiremos contratar ninguém novo tão cedo. Os nossos melhores recém-doutores emigram e temos de aturar os inúteis assistentes protegidos pelos catedráticos. Isto é o estado da academia portuguesa.

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  6. Obrigado pelos comentários. Vou tentar responder sucintamente.

    Em primeiro lugar, o "serio": os seus dois primeiros e principais pontos são falsidades. Ao contrário do que me faz no quarto ponto, não lhe imputo ignorância, apenas má fé.

    Em segundo lugar, o anónimo/João Morais. Há muita gente com família. Outros não tiveram sequer oportunidade de constituir uma. Isso não é argumento. Mais uma razão para o senhor e as pessoas na sua posição terem feito o necessário enquanto havia tempo. Se ficaram sentados, a responsabilidade é vossa. Mas ainda assim, o senhor Gago tem a largueza de vos dar seis anos (seis!) para concluirem um doutoramento. Para além disso ainda vão poder contar com as antigas solidariedades na hora dos concursos públicos. Os que nunca foram cooptados, não terão essa sorte. Do que se queixa?

    Os seus argumentos assentam em pressupostos capciosos. A começar pela ideia de que um "docente" do superior é equivalente a um funcionário público qualquer. Não é e deve assumir as responsabilidades do seu papel particular. Nomeadamente as responsabilidades de investigar e publicar e de reunir os requesitos mínimos para uma carreira académica. A conversa fadista sobre os sacrifícios não colhe. Os senhores foram pagos e muitissimo bem pagos, considerando o nível médio dos salários em Portugal.

    Finalmente, a comparação com funcionários públicos com vínculo permanente é errónea uma vez que os senhores não têm vínculo permanente. E uma das razões pelas quais não têm é por nunca terem reunidos os requisitos (doutoramento e publicações cinetíficas) necessários para candidatarem-se a lugares permanentes. Os senhores não são donos dos vossos lugares: os lugares pertencem ao Estado. Não tente diluir os docentes universitários na massa dos funcionários públicos: os senhores têm responsabilidades e um estatuto especial.

    Mas a mentira mais descarada é aquela segundo a qual os actuais docentes precários universitários e politécnicos tiveram de passar por concursos. Não tiveram. Foram cooptados como o senhor bem sabe. E como nunca aprenderam a confiar nos seus próprios recursos pessoais (para além das técnicas mafiosas do engraxe e da intriga institucional), agora lutam com todas as armas, mesmo com a mentira descarada, para tentarem manter um salário e um estatuto que não merecem. Eu conheço a sua raça de fadistas queixosos e intriguistas. Perfiro gente honesta que arriscou e nunca suportou baixar a espinhela: esses mesmos que os senhores, justamente, agora temem, apesar de terem todo a jogar pelo vosso lado. Mas qualquer coisa menos do que a segurança absoluta não vos chega, independentemente dos custos para o país, os alunos, os contribuintes e o ensino e a investigação em Portugal.

    Finalmente, quanto à sua displicência relativamente aos dinheiros públicos, apenas posso concluir a sua irresponsabilidade perante os seus concidadãos e congratular-me que finalmente esteja a chegar ao fim a lógica dos compinchas e dos camaradas no ensino superior português. Já devia ter sido há 20 anos.

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  7. Caro João,

    O senhor conhece efectivamente do que fala? Não estará a cometer o erro grave (comum) de meter subsistema politécnico e universitário (a jóia do Sr. Mariano Gago) no mesmo saco? Tem mesmo consciência das suas palavras? Conhece os meandros que é o ensino superior politécnico, e o ataque cerrado que o Ministro vez? Tem conhecimento que nos últimos 4 anos o Ministério reduziu um pouco o PIDDAC do subsistema Universitário e no politécnico colocou a 0 (zero)? Congelou qualquer abertura de concurso no subsistema politécnico? Cortou verbas orçamentais do subsistema politécnico em mais de 50%?

    Fico ofendido com as suas palavras. sou docente do subsistema politécnico há 10 anos. Aliás, sou equiparado porque o Ministério nunca autorizou concursos para este susbsistema, tal como milhares de outros docentes. Não foi porque não quisemos, mas porque nos foi imposto.

    E mesmo sem existir obrigatoriedade de produção científica do subsistema politécnico, na instituição a que perto todos os docentes possuem produção científica e formação de mestrado ou doutoramento. E somos 95% equiparados, ou seja sem qualquer vínculo. Há 10 anos que renovo contrato a cada dois anos e fico sempre no perto, como os meus colegas, não pelo bom trabalho, mas pelo corte que todos os anos surge no orçamento da instituição. Considera esta uma carreira digna, ou mesmo uma vida digna de um profissional com estas qualificações? Mais, estou a auferir cerca de 1.200€. É um salário principesco para 10 anos de serviço, com grau de mestre?

    E meu caro João, tenha muito cuidado com as ofensas e mentiras que profere: eu, e a generalidade dos meus pares da instituição onde operamos sujeitamo-nos a um concurso público.

    Agora, quem é você? Que faz e que formação tem para ser tão bom falante, e juiz deste subsistema? Que iluminado é o senhor que parece conhecer tudo e ter solução para tudo?

    Muito dos nossos problemas (docentes do politécnico) advêm dos ataques cerradas de pessoas com o seu perfil, que minam a opinião pública, especialmente com afirmações infundadas - o que diz até pode ser verdadeiro noutra instituição, não onde opero, pelo que não ouse voltar a generalizar essas calúnicas.

    João Morais

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  8. Duas correcções de ortografia ao texto anterior: "fez" ao invés de "vez" (primeiro parágrafo), e calúnias ao invés de "calúnicas" (último parágrafo)

    João Morais

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  9. Diz-me que está com um contrato a prazo mas que se sujeitou a concurso público? Nem como piada é boa. Queixa-se de auferir o salário que diz auferir há dez anos sendo mestrado. E o que tem a dizer aos doutorados que passaram estes dez anos como caixa de supermercado depois de terem arriscado doutorar-se lá fora, com ou sem bolsa (trabalhando)? "Não ouse?" Quem é que o senhor julga ser para me mandar calar? Vá doutorar-se, concorra e depois fale -- a partir de méritos provados. Tem seis longos anos para o fazer, cortesia deste governo que eu francamente acho exagerada e injusta para todos aqueles que são mais qualificados que a maior parte de entre vós mas que nunca tiveram uma oportunidade porque os lugares no politécnico e na universidade estão ocupados por pessoas como o senhor. Vá doutorar-se ou mude de ramo.

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  10. Viva,

    Parece que todas as classes da função pública são atacas e não podem ter direitos. Sejam médicos, professores, funcionários camarários, etc., todos são atacados. Não percebo: nós portugueses exigimos tudo para nós, todos os direitos, mas relativamente aos nossos pares que realizam carreiras ditas "públicas", exigimos que lhes retirem tudo. Daqui a pouco deixam de existir serviços, como saúde, ensino, justiça, etc...

    Pessoalmente acho que os professores do superior deveriam ser muito bem tratados, e dos mais bem pagos, pelo que vejo nesta reformulação de carreiras estão a ser tratados de pior forma que um simples empregado fabril com a 4.ªa classe...

    Enfim, mas ninguém se preocupa em retirar os prémios principescos que os nossos políticos e outras individualidades auferem. Sim, o mal que vai no país de certeza que é devido aos professores do superior. Tanto é que o meu filho anda numa escola politécnico e aquilo está a cair de podre. O edifício. Conheci alguns professores e são a educação e simpatia em pessoa (não conheço o currículo, nem me sinto capaz de avaliar), mas por muitas boas pessoas que são nada podem fazer relativamente ao edifício (que pasme-se era um antigo quartel de bombeiros e o Governo não dá dinheiro para mais).

    Não percebo este celeuma. Na empresa onde trabalho (é privada, mas garantidamente, como já foi referido, já recebeu apoios públicos) e todos fomos contratados por convite, não houve um concursos nacional para as diversas posições. O público deve ter regras diferentes? tudo bem, mas garantidamente os professores que lá estão têm as condições mínimas para lá estar, é o suficiente (não me parece que existam professores com a 4.ª classe a dar aulas no superior).

    António Mota

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  11. Digo-lhe mais, João Morais, leia o testemunho de uma dessas pessoas de que estou a falar que copiei dos comentários do Público:

    «03.06.2009 - 12h15 - Ipiranga, Lisboa, Portugal
    De nada serve um Doutoramento sem investigação. O trabalho de um professor universitário é maioritariamente a investigação (60%) e não dar aulas (30%). Os professores do politécnico fazem pouca ou nenhuma (infelizmente os das universidades também). O sistema esta cheio de professores que não fazem nada. Existem milhares de recém doutorados no estrangeiro com bons currículos e a fazer investigação que não conseguem arranjar lugar em Portugal porque as universidades estão cheias de quem não faz nenhum. Ser professor universitário em Portugal é um luxo e não uma carreira académica de quem o faz por gosto. Falo com conhecimento de causa pois apesar de um Phd numa universidade de topo e de ter arranjado emprego de professor no estrangeiro (numa universidade melhor do que qualquer das que existem em Portugal) não o consigo por cá. E conheço muitas pessoas na mesma situação. O sistema favorece o compadrio!»

    Este senhor diz a pura verdade, a verdade de que os aquecedores de cadeiras como o senhor temem acima de tudo: este sistema do compadrio e da cadeira aquecida QUE JÁ VEM DA OUTRA SENHORA destruiu a universidade e o politécnico portugueses. Precisamos de competição aberta, transparente de forma a recompensar e aproveitar os melhores. Os Portugueses estão fartos dos aquecedores de cadeiras -- nas universidades, nos politécnicos, no parlamento, em todo o lado. O vosso tempo está a acabar e já não era sem tempo!

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  12. Caro João,

    Portanto mostrou quem efectivamente é, sem competências para avaliar o que quer que seja! Agradeço esse esclarecimento!

    E já agora, dê-me o nome de um único doutorado que esteja numa caixa de supermercado! Que lá tenha estado 10 anos! Que sequer lá tenha estado 1 dia! Este país tem várias deficiências mas essa não é, garanto-lhe. Que os doutorados não têm as condições excelentes que merecem é verdade, mas não são tão degradados como refere.

    Mais, doutoramento não é sinal de qualidade, tal como não o é o canudo da licenciatura. conheço muitos colegas que seguiram todo o rumo académico até ao doutoramento, sem nunca terem trabalhado um dia, e agora com o doutoramento trabalham ao meu lado, mas sem qualquer qualidade. Sabem muito sobre um tema obscuro, mas do trabalho do dia-a-adia, de competências pedagógicas são uma nulidade. alguns compensam com o esforço e tenho gosto em ajudar, outros, bem... têm um doutoramento e isso é que conta não é!? A experiência, as verdadeiras competências é escória!

    Se me vou doutorar, sim, estou acabar o doutoramento, feito em part-time, às minha sprórpias custas (nem queria de outra forma) e à noite e fins-de-semana. Agradeço o seu incentivo!

    E volto a repetir: o senhor pouco ou nada conhece dos processos do politécnico. Atira acusações ao ar. algumas até acertam porque de certeza, com em todo o lado, há sempre atropelos e regras quebradas, não desminto. Mas não ofenda os restantes e não cometa o erro de generalizar.

    Já agora, volto a perguntar? O que faz na vida e como conseguiu esse lugar? Concurso público? E se trabalhar no privado não venha com as tretas de que o público tem que ser diferente e isto e aquilo!

    João Morais

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  13. Caro Joao,

    (Nota previa: a ausencia de acentos deve-se a um teclado exclusivo ingles.)

    Concordo em absoluto com a sua analise, bem como do Ipiranga. Mais, eu estou numa situacao semelhante a este ultimo: tenho uma posicao permanente numa Universidade do Top 10 europeu, top 50 Mundial. Concorri para fora quando me cansei de ser excluido de "concursos publicos", quer para Politecnicos, quer para Universidades - essencialmente porque se nao fosse excluido, ganhava. Agora, sou avaliador europeu, entre outras coisas - o mundo da muitas voltas, e realmente, voltar para Portugal depois do que a minha familia e eu passamos so na altura da reforma. Ha um limite para o que as pessoas que se mantiveram de costas direitas conseguem aguentar. Muitos, como eu, acabaram por singrar na carreira aonde lhes reconhecem o merito, e essa agora e a nossa casa.

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  14. Caro João Basco,

    Quem é esse senhor? Já se preocupou em fundamentar a veracidade das suas fontes ou continua com a história do diz que disse ou ouviu dizer?

    O senhor tem essa fonte, eu dou-lhe milhares de docentes do ensino superior politécnico em situação precária, e que conhecem efectivamente o sistema e o processo! Pessoas que trabalham e ficam parvas com alguém dizer que eles nada fazem. Essa é a cébere expressão que se usa para a função pública, onde todo o funcionário público tem má ética laboral, chega tarde e sai cedo, faz longas pausas de café e passa o tempo a ler o Jornal. No entanto, estranhamente as coisas aaparecem feitas e há 2 anos a OCDE apresentou um relatório onde a produtividade nos ector pública é 4 vezes superior ao privado e a causa do atraso Português relativamente ao resto da Europa é puramente do sector privado. Estranho... Nós funcionários públicos somos animais mesmo muito estranhos. Nada fazemos, mas internacionalmente até nos reconhecem. Dentro de casa (em Portugal) somos uma escória. Esse sim é um pensamento do tempo d'Outra Senhora...

    Já agora: estranhamente o meu orientador (universitário) tem cerca de 50 publicações anuais. Acha que escreve alguma? Que lê alguma, sequer? O facto é que tem no seu aval vários alunos de mestrado e doutoramento que fazem todo o trabalho, e como ele é o orientador designado, todas as publicações têm o seu nome. Assim qualquer um consegue um currículum invejável!

    João Morais

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  15. Caro Oak,

    Qual a razão da exclusão? Não terá sido "porque sim", de certeza teria reclamado e ganho com todo o direito. Assim sendo quais as justificações? se tinha as melhores qualificações porque não foi considerado e não ficou com um dos lugares que várias vezes concorreu?

    Gostaria de perceber a situações pois fazem-se por vezes várias acusações que no meio meio envolvente eu nunca verifiquei, ficando estupefacto com as descrições realizadas.

    João Morais

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  16. Caro João Morais,
    O que faço na vida não é da sua conta. Vai ter de lançar os ad hominem a outro.
    Conheço bem essa conversa de como os doutorados são uns nabos. Na vossa óptica, em Harvard, em Paris, no MIT, é só imbecis.
    Finalmente, essa de os doutorados até não serem mal tratados em Portugal dá-me vontade de rir.
    Repito apenas que há muitos doutorados que são caixa de supermercado quando por diversas razões não emigram (muitas vezes de novo). É a verdade. Lamento que o atemorize.

    E obviamente que não lhe vou dar nomes de ninguém. De onde lhe vêm essas exigências de nomes e do meu perfil profissional?

    Quanto ao doutoramento que está a "acabar", fique sabendo que o doutoramento só o é no dia em que além de acabado for defendido e aprovado. Não há meios doutorados.

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  17. Os meus comprimentos caro Oak e a minha solidariedade. Ainda restam algumas pessoas no país que compreendem a injustiça que tem sido feita a pessoas como você e que lutam para que o sistema mude.
    Quanto à interpelação que J. Morais dirige a Oak, deixe-me dizer-lhe que, depois da instituição das duas regras básicas (doutoramento e concurso público) será ainda necessário lutar por comissões inteiramente externas e justas e pelo carácter legalmente público e praticamente consultável dos dossiers dos diferentes candidatos a um posto. Só quem nunca concorreu é que pode perguntar o que o Sr. Morais pergunta.

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  18. Caro Joao Morais,

    Nao me faca rir - reclamei, sim. Nao me diga que nunca descobriu porque e que os requisitos de concurso sao escritos da forma que o sao?

    E ja agora: tente olhar um pouco mais em volta, e perceber o que realmente se passa, antes de atirar atoardas ingenuas a quem trabalha ha vinte anos sem contrato fixo, e so agora o tem - la fora. Digo-lhe ja que quando decidimos (a minha familia) sair, apenas concorri a uma dezena de lugares, e tive ofertas de varios desses - em seis meses.

    Quanto ao resto, aprecio a sua vontade de defender a camisola - tambem o fiz, contra tudo e contra todos, quando estive ai. Mas sabe, na Cidade Universitaria (Metro), ha um dito espelhado na parede: "Nao sou ateniense nem grego, sou cidadao do mundo". Eu tenho outro, semelhante: a nossa bandeira e aquela que nos respeita, e que nos da de comer. E quem tem cabeca, tem bandeira - aonde quer que seja.

    Cumprimentos, e bom resto de ano.

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  19. Caro João,

    Continua a demonstrar uma presença mesquinha: atira acusações e calúnias e não as complementa ou funde. Esconde-se em prorrogações e conjecturas. Muito bem, continue assim! contribui muito para todos nós ao apontar o dedo, qual caça às bruxas e depois esconder.

    Socialmente existe uma forma de derrubar o "inimigo" muito simples: levantar um boato sobre essa pessoa, por mais infundado que seja. A sua imagem fica manchada, e mesmo que um tribunal condene as calúnias, não há lei que reponha a integridade dessa pessoa e mude a opinião pública. Honestamente é o que está a fazer: atirar calúnias generalizadas e denegrir a imagem dos docentes do politécnico.

    Eu reconheço desde já que esta "conversa" se tem tornado pessoal, pois, como indiquei, sinto-me ofendido da forma como sou rotulado, quando isso é pura mentira. Já que se fala de doutoramento, o que implica, uma componente cientifica, eu aceito dados que comprovem afirmações, provas concretas que possa analisar e então reconhecer a conclusão sobre a mesma. Agora custa-me a aceitar este rol de acusações que não se substanciam em nada e não são acompanhados de argumentos concretos, apenas especulações.

    João Morais

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  20. Caro Oak,
    A entrada do metro da Cidade Universitária... gratas memórias. Só lhe posso dizer: deixe-se estar que está bem. Como vê, por aqui, as coisas estão entregues aos de sempre. Eu ainda tenho a esperança de que as coisas mudem antes que as minhas crianças atinjam a idade de entrarem para o superior, se assim o desejarem. Mas sei que provavelmente me iludo. Se também tem filhos, gabo-lhe a sorte de saber que poderão ter professores universitários de qualidade. Parabéns por não ter desistido.

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  21. Caro Oak,

    Já vi concurso explicitamente escritos para pessoas especificas. E já os vi denunciados e reprovados por essa mesma razão. Infelizmente, como já admiti, em infelizmente como em todas as áreas, há subversão das regras. Algumas passam incólumes, outras não (pelo menos isso).

    Mas a grande maioria dos concursos são genéricos e abertos. Ora, sobre este segundo caso, concorreu algum e foi excluído sem justificação, ou argumento menos plausível? vai-me desculpar mas não respondeu à questão.

    Pessoalmente, o lugar que ocupo, embora precário, não me caiu no colo, e tive que lutar por o conseguir e continuo a lutar para o manter - aliás, estou a 2 meses da discussão da minha renovação, para a qual tenho que justificar documentalmente se mereço ou não continuar, ou seja apresentar provas da minha evolução cientifica, pedagógica e mesmo administrativa. Em 10 anos já o fiz 5 vezes. Que outro tipo de funcionários, público ou privado, faz isso? E de certeza que não sou o único a faze-lo. Nesta instituição todos temos que o fazer.

    João Morais

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  22. Cheira-me a esturro!

    Este DOUTOR João Bosco, não sabe dar aulas,
    apenas faz investigação (sem qualquer aplicação
    prática) e quer agora que os docentes com
    ANOS (mais de uma década, que à data entraram
    POR CONCURSO PÚBLICO - é só ver os DRs) e que
    por culpa do Ministério ficaram como EQUIPARADOS, que cumpriram TUDO o que sempre
    lhes foi EXIGIDO, sejam agora CHUTADOS para fora, só porque DÁ JEITO e nenhuma empresa quer ESTES DOUTORES !

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  23. Caro João Bosco,

    "E obviamente que não lhe vou dar nomes de ninguém. De onde lhe vêm essas exigências de nomes e do meu perfil profissional? "

    Simples: o senhor, caso não tenha reparado, tem insultado os docentes do ensino superior politécnico, no qual me enquadro. Tem feito várias falsas acusações e calúnias sem argumentação consequente. Logo, se eu sou insultado, eu gostaria de saber que me ofende e quem me aponta o dedo. Considera isso tão estranho.

    E é relevante saber quem profere uma afirmação. Como referi, basta realizar uma falsa alegação em público para denegrir a imagem de alguém, e o senhor tem-no feito. E pior, tem-no feito anonimamente. E gostaria de saber quais as suas motivações para o fazer.

    Existem muitos e bons docentes no superior, que vivem precariamente e fazem trabalho excepcional - infelizmente também existem docentes que talvez nem merecessem a posição onde estão. E esses bons docentes durante antes têm as portas fechadas e a vida pessoal em hibernação, embora realização um bom trabalho docente de investigação. E por isso importante respeitá-los e ter muito cuidado quando se generaliza.

    O politécnico sempre foi mal visto e maltratado neste país, mais ainda pelo actual Ministro. Desconheço a razão, ma sé um facto, basta rever todas as acções que o Ministro realizou (fecha-se a aprovação de cursos e dotação de orçamento, para verificar a dualidade e disparidade de critérios entre universitário e politécnico).

    Como docente e funcionário público tenho orgulho em realizar bom trabalho, mas custa existir continuamente um Zé de esquina a mandar os célebres "bitaites", usualmente sem conhecimento de causa, ou mesmo competências, e a denegrirem continuamente o trabalho do serviço público. E ironicamente, aqueles que criticam são os que efectivamente realizam um péssimo serviço, mas isso é outra história.

    João Morais

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  24. A animosidade já vai ao ponto de me atribuírem um perfil profissional. Fico a saber por este anónimo que desta vez não pôs o nome que, no seu entender, o João Bosco é doutorado, que faz investigação ("apenas"...) e que desconhece a mui elevada e misteriosa arte de dar aulas.

    Ok. Que idade vamos dar ao João Bosco? E a orientação sexual? Em que área o vamos por a fazer as suas investigações? Microbiologia ou Egiptologia? Talvez paleontologia dado o interesse que demonstra pelo ensino superior português.

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  25. Caro Joao Morais,

    Com certeza. Aparentemente, tem tambem uma ideia de que a sua situacao nao e igual a da maioria?

    E depois e so olhar para os comentarios que aparecem...So espero, sinceramente, que tudo lhe corra bem, mas pelas razoes certas.

    Caro Joao Bosco, obrigado pelas suas mensagens. Espero que tudo lhe corra bem tambem.

    Quanto aos anonimos que gritam, em linguagem digital (caps), a velha questao de nao sabem dar aulas, este doutores, e boa. So uma pergunta antes de desligar (tenho mais que fazer): sao dez anos de rabo na cadeira que o/a ensinam a dar aulas? E ter estado na carreira em detrimento dos "doutores" que o/a ensinam a dar aulas? E porque grande parte dos alunos que tive ai eram cada vez piores - nao sabem raciocinar, nao sabem sequer alguns principios base da aritmetica, enfim, nao sabem nada - quer-me dizer que isso e culpa dos "doutores" que nao sabem dar aulas? Quem lhes da as aulas? O argumento da aplicacao pratica tambem e conhecido. Ummmm. Vejamos: sao os seus alunos que sabem fazer coisas praticas (imagino que se refira a coisas serias)? E se sim, e com certeza porque os seus docentes so dao aulas e nao fazem investigacao? E realmente so por causa disso - entao, nao precisamos de professores que facam investigacao - so daqueles que so dao aulas, porque isso lhes confere uma superioridade moral e intelectual sobre os outros. Os seus "argumentos", se se pode chamar isso, sao falacciosos, nao tem sustentacao, e apenas servem para lhe tirar momentaneamente o medo de perder o lugar para quem faca mais.

    Over and out

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  26. Ó João Tosco, tás a recibo verde ou o PS paga-te em géneros?

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  27. Martins M.C. - Portugal

    Informação para o Sr. João Morais

    Se não tivesse sido contratada por um familiar como escriturária neste momento eu já estaria sem emprego remunerado desde Janeiro de 2004. Nos supermercados não me aceitaram porque tenho "demasiadas qualificações". Isto num país onde se oferecem diplomas de novas oportunidades, quem tem qualificações só as tem "para satisfação pessoal" - expressão utilizada por funcionária do ME.
    Quando terminei o doutoramento cometi o maior erro da minha vida regressando a Portugal.
    Dei aulas no ensino básico enquanto pude concorrer, fiz um pós-doutoramento numa instituição onde os doutorados são uma ameaça para o "pessoal do quadro". Fui "acusada" de trabalhar muito só para vexar os ditos cujos e as condições de trabalho eram francamente más.
    Quando concorri aos anúncios colocados na impressa (dentro da minha área de especialização) ouvi as seguintes observações:

    1.Demasiadas qualificações para esta tarefa.
    2.Preferimos gente qualificada pela nossa universidade.
    2.Não tem a disponibilidade que requeremos porque os seus filhos ainda são muito pequenos. (Facto: não tenho filhos)
    3.Este tipo de trabalho é mais adequado para um homem.
    4.Porque é que se deu ao trabalho de concorrer se havia tanta gente à sua frente? (o lugar foi ocupado por um bolseiro que já estava no lugar havia 4 anos).
    5.Porque não emigra? (quando o entrevistador é Português).
    6.Tente procurar emprego no seu país (quando o entrevistador é estrangeiro).
    7.Na sua idade, se calhar deveria procurar outra profissão.

    O meu presente trabalho tem mais a ver com contabilidade e gestão. Tentei candidatar-me a cursos desta área para conseguir a qualificação necessária para o meu futuro e adivinhem - tenho demasiadas qualificações para ser selecionada!

    Da última vez aconselharam-me a apresentar somente o certificado do 12ºano e a omitir 14 anos no meu curriculum vitae.

    Só um país muito rico e com um excedente de mão-de-obra qualificada se pode dar ao luxo de desperdiçar pessoas com qualificação.

    Aos Portugueses que tenham menos de 35 anos e que obtenham os seus diplomas fora de Portugal só posso aconselhar:

    POR FAVOR NÃO VOLTEM PARA PORTUGAL SEM TEREM VERIFICADO AS CONDIÇÕES EM QUE VÃO TRABALHAR E SEM UM CONTRATO GARANTIDO POR ESCRITO.

    Portugal é um país ventoso onde as palavras não têm valor. Arriscam-se a ficar à deriva com eu.

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  28. Gosto de testemunhos concretos. Eis mais um recolhido nos comentários do Público:

    «03.06.2009 - 13h39 - Anónimo, ...
    Fiz uma Licenciatura, um Mestrado, um Doutoramento com bolsa da FCT (dinheiro dos contribuintes Portugueses) e depois um Pós Doutoramento nos EUA. Candidatei-me em inúmeros concursos para Politécnicos, Universidades, e Institutos de Investigação em Portugal (de Norte a Sul) mas nunca fui seleccionado. Fui convidado a ficar a trabalhar nos EUA e ... fiquei. O Ensino Superior em Portugal têm-se vindo a capacitar não dos mais competentes, mas sim dos mais amigos. Como se justifica existirem Professores do Ensino Superior em Portugal (incluindo Professores Catedráticos) sem um artigo científico escrito, publicado e avaliado pelos pares da especialidade? Professor Mariano Gago força com as medidas tomadas.»

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  29. Cara Martins M. C.
    Não imagina como a compreendo. Obrigado por nos contar a sua história. Não desista de lutar por uma vida melhor e pela sua dignidade. E, sobretudo, não desista de falar e denunciar a forma como os doutorados e, sobretudo, os doutorados no estrangeiro são tratados neste país. Vozes como a sua são fundamentais para fazermos sentir aos políticos que têm de fazer muito mais e que não podem ter medo de sindicatos que apenas defendem os instalados. Temos de pugnar por mais justiça e pelo justo reconhecimento do mérito de quem trabalhou e arriscou. Este país não vai para a frente enquanto continuar a prevalecer a filosofia da cadeira aquecida.

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  30. Tenho que lamentar a ignorância persistente do Sr. João Bosco. Lamento que continue a colocar no mesmo saco bons e maus profissionais. Não tendo a perspectiva "saloia" de que a obtenção de um doutoramento no estrangeiro seja marca de credibilidade indubitável, considero realmente vergonhosa a forma como foi feito o recrutamento de aluns docentes do ensino superior ao longo dos tempos. No universitário e no Politécnico. Mas não coloco tudo no mesmo saco. O seu problema é falta de clarividência e distanciamento crítico. (E já agora, porventura ocorreu-lhe que, se eventualmente concorreu e não foi colocado, foi porque, efectivamente, apesar de todos os seus créditos, haveria quem tivesse outros, melhores que os seus? Ou julga tal ocorrência impssível? É que é possível ser-se bom em Portugal. E até há quem vá para fora, volte e tenha lugar.)
    Mas voltando à questão de base: ainda não percebeu que aqueles contra os quais brame e destila a sua revolta são precisamente aqueles com que o actual estatuto não mexe? Esses, que entraram por via das comissões instaladoras, doc convites e compadrios, sem terem por vezes, sequer, licencitura ou mestrado, ocupam lugares de topo e de lá não vão sair. Os interesses desses o ministro assegurou! E quanto aos concursos que, segundo a sua visão, vão permitir testar a incompetência científica dos que têm andado a dar aulas no superior nos últimos anos, curiosamente, só vão existir nos Politécnicos. Sim, que nas universidades são todos muito competentes, por isso são dispensáveis concursos. Acrescento ainda que, ao contrário do que pensa, muitos docentes do superior têm mestrados e doutoramentos, alguns igualmente obtidos no "sacro" estrangeiro, à custa de muito sacrifício pessoal e sem "benesses" de três anos de dispensa sabática para tal. Que qualidade de raciocínio é o seu que considera justo que um assistente universitário, que tem direito a sabáticas de três anos possa ficar na carreira assim que obtiver o grau de doutor e um docente do politécnico, que não teve essas condições e tem cargas horárias bastante mais pesadas, É este o seu conceito de justiça???
    Sabe porventura que há muito boa gente que faz investigação, trabalha no mercado, tem doutoramentos, mesmo assim, está fora da carreira há décadas? Acha justo???
    Meu caro, lamento informá-lo de que esta revisão de estatutos não vem contribuir para a melhoria da qualidade da ivestigação (não há nada no articulado que demonstre essa preocupação), apenas contribui para a degradação da carreira e a subalternização em relação ao universitário, mais uma vez.
    E por favor, não insista em dizer que os docentes do politécnico terão a "benesse" de seis anos para fazer os seus doutoramentos, pois tal é absolutamente desmentido por uma leitura não distorcida da proposta do articulado. Não requer mais do que competência linguística básica. Tente, sim?!

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  31. Ao anónimo:

    Invoca outros males para justificar aqueles cuja permanência defende. Com argumentos desses, ainda hoje andávamos de quatro a pastar. Eu sei dessas bestas que dirigem politécnicos com quartas classes e lamento que assim seja. Bata-se para que tais casos sejam expostos e a lei mudada para que essa gente vá fazer outra coisa. Eu apoio-o.

    Diz que meto bons e maus profissionais, o trigo e o joio no mesmo saco. Pois é precisamente para separar um do outro que o requerimento do doutoramento como condição de base e o concurso público para o acesso a lugares vitalícios serve.

    De novo usa o argumento do mal que há noutro lado (universidade) para defender a perduração dos males do politécnico. Pois eu digo-lhe: a seguir ao estatuto docente do politécnico caberá tratar do da universidade e, nomeadamente, impedir a passagem automática ao quadro com cinco anos de assistente e um doutoramento qualquer no bolso: é preciso um concurso que permita seleccionar os melhores.

    No fim de contas, o seu problema é a suspeição generalizada sobre a qualidade dos docentes do superior. Essa suspeição é fundada no facto de a generalidade do recrutamento se fazer por cooptação. Na medida em que impera uma cultura da mediocridade no ensino superior português, a cooptação só serve para perpetuar essa mediocridade. É preciso mudar. O ideal seria mesmo que o recrutamento pela universidade onde o candidato se formou fosse proibido. Nos EUA não existe essa proibição mas existe essa política. Em igualdade de circunstâncias, escolhe-se o candidato que veio de fora por uma razão muito simples: porque é esse quem está melhor colocado para trazer algo de novo (orientação, competências, etc.) à universidade. Mas para isso é preciso ter valores, coisa que é escassa no ambiente universitário e politécnico português.

    Bem haja.

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  32. Vamos com calma João.
    Olha que tu estás a começar a ofender as pessoas.
    Modera-te nas tuas apreciações.
    Ou então dá a cara.

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  33. Caro João, como também eu tenho coluna vertebral, deixo-lhe aqui o meu contacto e disponibilizo-me desde já a elucidá-lo um pouco (caso queira, claro) sobre o que é efectivamente ser docente equiparado do ESP, com entrada por concurso público (e por estranho que lhe possa parecer, sem compadrios, cunhas ou afins) e que está (tal como muitos colegas meus) há 9 anos na situação de equiparado (tive os 6 primeiros anos na carreira): luisluz(arroba)ipbeja.pt

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  34. Para quem conhece o ensino superior politécnico os comentários do Sr João Bosco e de outras pessoas chegam a ser hilariantes, por estarem tão afastados da realidade. Continume a fazer-nos rir. Também gostei do Sr. que disse que se tinha fartado de concorrer cá em Portugal e que agora estava muito bem instalado.
    Mas há algo que dizem que poderá fazer parte da realidade e me deixou triste. Efectivamente existe uma tendência para favorecer os mais fortes. Interessante, é que isso é exactamente uma das coisas de que se queixam os docentes do Politécnico quanto ao novo estatuto. Já o Sr. presidente do IP de Viana e vice-presidente do csip, o Ministro e outros mais poderosos acham que o estatuto é bastante favorável. Interessante, não é?

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  35. Ai, meu senhor, estou de facto a falar de mais, o que será de mim se a Fenprof me deita a mão!

    O que mais me atemoriza é o anónimo que me diz para dar a cara! Faz-me lembrar um tipo de telefonemas que os dissidentes cubanos estão habituados a receber.

    Só ainda não compreendi o que mais os ofende: se o doutoramento como condição de acesso a uma carreira no superior ou a necessidade de submeter os candidatos a um concurso público antes de lhes dar um posto vitalício. Tenho a certeza de que os contribuintes portugueses e os alunos gostariam de completa clareza nestes dois pontos.

    Por fim, o último anónimo: digo e repito: um licenciado ou alguém com o 12º apenas à frente de um Politécnico é um escândalo e pior: uma aberração e um insulto aos alunos, aos contribuintes e ao país. Denunciem e combatam essa iniquidade. O João Bosco estará convosco. Agora, para a filosofia da cadeira aquecida, COUNT ME OUT!

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  36. O desconhecimento da realidade permite que se criem blogs com este tipo de insinuações ou afirmações.
    Os docentes do Politécnico, principalmente aqueles que agora têm a sua carreira em risco, são altamente qualificados, na sua maioria com Mestrado a acabarem os seus programas de Doutoramento (os quais têm feito a sua formação em simultâneo com a leccionação e muitas outras tarefas que lhe são atribuidas), muitos outros já com Doutoramento ... são estes que têm as suas carreiras em risco, pois os Assistentes (que em muitos casos estão a leccionar há mais de 10 anos e que por falta de capacidade financeira das instituições nunca lhe foram abertos concursos para poder concorrer) nunca descoraram a sua formação, ainda que nunca lhe tenham dado condições para a fazer.

    Quanto à cadeira aquecida, este estatuto só vai permitir que assim se mantenha ... senão vejam o curriculo do Sr. Rui Teixeira (Presidente do Instituto Politécico de Viana do Castelo e Vice-Presidente do CCISP).

    Os Assistentes ... estes vão ter que penar ...

    O Meu exemplo:

    Docente do Politécnico há mais de 10 anos (Equiparado a Assistente de 2ª Triénio) ... onde entrei para a carreira após vencer um concurso público ...

    A minha formação é: Licenciatura + Pós-Graduação + Mestrado + Doutoramento.

    Neste momento, e com este projecto de estatuto de carreira docente, o meu emprego está em risco ... pois terei que me submeter a um concurso internacional (será que os candidatos terão que saber falar a nossa lingua mãe ... pelo menos deveria assegurar-se que saibam falar o inglês ... ou então teremos que obrigar os nossos filhos a aprenderem a lingua mãe do vencedor do concurso) para NOVAMENTE poder aceder à carreira. Claro está que poderá nunca se abrir o concurso, considerando o estrangulamento financeiro que as instituições têm tido nos últimos anos e que se prevê que continuem a ter e as limitações ao nível da percentagem de docentes que poderão estar em carreira ... bom neste caso, quem poderá leccionar as aulas dos nossos filhos serão os próprios colegas, alunos de profissão, sem que haja requisitos mínimos para que possam leccionar (designados pela proposta de LEITORES).

    Brevemente, poderei ser mais um com profissão de DESEMPREGADO ...


    Este estatuto apenas salvaguarda aqueles que já estão no sistema

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  37. Sr. João Bosco,

    é apenas para informa-lo que realmente eu também ingressei na carreira por Concurso Público (a nível Nacional), ganhei o concurso e ingressei na carreira como Assistente, após 3 anos fui submetido a avaliação pelo Conselho Cientitico e passei a Assistente de 2º Triénio após 3 anos e porque não foi aberto o concurso para Professor Adjunto, sendo que cumpria os requisitos para me submeter a concurso, no entanto não foi aberto o concurso e fui novamente contratado mas fora da carreira, ou seja como Equiparado a Assistente de 2º Triénio.

    Assim, confirmo que realmente os docentes foram excluidos ilegalmente da carreira, ainda que com avaliação positiva e com formação para poder progredir ...

    (peço-lhe que antes de fazer afirmações tente pesquisar para não cometer as gafes que tem cometido neste blog)

    Saudações

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  38. A proposta de estatuto é uma mera fantochada, senão vejamos:
    - permite retirar do sistema docentes com anos de experiência e formação avançada (Doutoramento);
    - permite que aqueles que foram cooptados, os tais lugares aquecidos se mantenham no sistema e ainda têm direito a mais uma categoria
    - permite que os alunos possam leccionar aulas aos colegas (mão de obra barata)
    - permite que os docentes prescindam dos seus vencimentos, ou seja quem precise de fazer curriculo (mão de obra de borla)

    Eu digo, basta ... não queiram fazer do ensino Politécnico um Centro de Novas Oportunidades.

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  39. O Sr. João Bosco possivelmente sabe que têm razão e isto para ele deve ser mera diversão, porque senão ijá lhes teria reconhecido essa razão.

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  40. O que acho mais interessante em todos estes comentários é a vontade encarniçada de fazer passar a ideia de que os interessados até já são todos doutorados ou quase, quase. É completamente falso. Mas tentar fazer passar a água por aí não sé é falso como é escamotear metade do problema. Os senhores dizem que até se submeteram a concursos para ocuparem a posição que ocupam, que até foram avaliados pelo Conselho Científico do vosso politécnico (e os senhores são os primeiros a reconhecer que quem preside estes não é muitas vezes competente para estar onde está), etc., etc. Mas nem sequer vou pelo caminho de questionar esses "concursos" e essas "avaliações" (e teria pano para mangas. Limito-me a apontar uma evidência que se insinua no meio dos vossos solilóquios como um elefante numa loja de porcelanas: se foram submetidos a uma "avaliação" ou a um "concurso" para um contrato de 2 anos, foram submetidos a uma "avaliação" ou a um "concurso" para um contrato de dois anos. Não para um lugar vitalício.

    Volto à mesma tecla que os senhores laboriosamente contornam: o que é que mais vos choca? Que o doutoramento seja a condição de base para o acesso à carreira de professor no superior (e esperemos que em breve passe a ser "professor-investigador" como é em todos os sistemas decentes) ou que algo tão importante como um posto vitalício no sistema público de ensino superior apenas seja acessível mediante um concurso público transparente e aberto a todos os candidatos com as qualificações académicas requeridas?

    Uma última nota: Aprecio imensamente aquilo que já se tornou uma verdadeira figura de estilo nas vossas penas e que é um autêntico certificado de origem que remonta pelo menos a um famoso relatório da Fenprof de 2004 sobre "A composição dos corpos docentes das Instituições do Ensino Superior Público" onde, por exemplo, se lê que "29,4% do total dos assistentes do politécnico (equiparados ou de carreira) em dedicação exclusiva dispõe já de mestrado ou de doutoramento"... Repito a fórmula dourada: "de mestrado ou de doutoramento." Isto lê-se nas letras grossas. Mas nas letras mais magrinhas que vêem a seguir descobrimos que, afinal, esses 29,4% compõem-se de 728 com mestrado e de 41 com doutoramento... Sem dúvida que desde 2004 estes 41 já se terão engrossado de umas dúzias. Mas a verdade nua e crua é que os doutorados são escassos no politécnico. "Mestrado e doutorados" é por isso uma fórmula conveniente para esconder a nudez real.

    6 anos! Este Mariano Gago é mesmo um perdulário! E os senhores deviam ter vergonha na cara e gastarem o vosso tempo a qualificarem-se em vez de fazerem de correia de transmissão de sindicatos que vivem à custa das ilusões que vos criam. Acordem para o real!

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  41. Caro João Bosco,
    A ignorância deve ser a sua melhor virtude ... eu sugiro que vá visitar os Politécnicos ... pois concerteza que vai ficar surpreendido ...

    já agora aconselho a pesquisar as estatísticas de formação em Portugal, verá que nos últimos anos o número de Doutorados tem tido um aumento na ordem dos 200 a 300%, sendo que está previsto que dentro de um ano haja muitos docentes que acabem os seus programas doutorais (pois os docentes não andam a dormir).

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  42. eu vou voltar a VOTAR no Sócrates (já cometi esse erro uma vez e sou Sadomasoquista !!!)

    Vou votar:
    - pelos 3 anos de congelamento de salários, valeu apena pois ficamos mais preparados para esta crise ... já estavamos habituados!!!
    - pelos 500.000 desempregados ... pois vão sair mais fortes quando a crise passar!!!
    - por todos os trabalhadores que a qualquer momento podem ficar em Lay off ... ganhando menos um terço do ordenado ... o que lhes permite ganhar experiência antes de ficarem desempregados!!!
    - pelos professores do ensino secundário que antes tinham uma carreira e agora têm duas, assim podem optar por ficar numa carreira com menos regalias ... ou seja têm mais poder de opção!!!
    - pelo fecho de maternidades ... as crianças quando nascem já são viajadas ... algumas delas viajam até Espanha!!!
    - pelo fecho de serviços hospitalares ... pois não faz sentido que os descendentes de D. Afonso Henriques fiquem doentes!!!
    - pela construção do TGV ... pois vai permitir emigrar-mos mais facilmente!!!

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  43. Quem avalia são os Conselhos Científicos das escolas ... realmente é verdade ... no entanto queira você saber que esses Conselhos são também compostos por pessoas de elevado reconhecimento mérito externas às Escolas ... incluindo Catedráticos de Universidades ... (graças a Deus não está lá nenhum João Bosco)

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  44. Estas duas últimas mensagens e muito particularmente a última comprovam aquilo que eu já sugeri acerca da proveniência sindical e partidária dos meus obstinados interlocutores. Eu a julgar que estávamos a falar do sistema superior e afinal estamos a falar de europeias e de legislativas.
    É claro que à propaganda capciosa do PCP da última mensagem nada vou responder. Eles continuam a viver num mundo alternativo e isso é o problema deles. Só acho curioso que o militantismo se detenha na hora de viver de acordo com os ideais. Por outro lado, compreendo que seja penoso viver com um salário médio de 14€, com censura e preso no próprio país (exemplo de Cuba) sem a compensação de obrigar todos os outros ao mesmo (à excepção é claro de uma selecta nomenclatura...)

    Já quanto ao outro vector da Fenprof que cita estatísticas segunda as quais "o nº de doutorados tem tido um aumento na ordem dos 200% a 300%" e que dentro de um ano haverá "muitos" docentes que terão acabado os seus programas doutorais, tenho de dizer-lhe que lá voltamos nós a mostrar o traseiro do elefante pelo ângulo em que brilha.

    Em primeiro lugar, se há muito poucos doutorados, um aumento de muitos por cento é pouco significativo. Por exemplo, numa população de assistentes (do quadro + equiparados) do politécnico com doutoramento de 41 pessoas em 2004, um aumento de 100% num ano dá 82 pessoas em 2005. Ora, num universo de milhares, isto é irrisório. Quando as quantidades residuais começam a crescer, em percentagem, a coisa faz sempre um brilharete e de brilharetes fátuos e outras ilusões vive a Fenprof e demais correias de transmissão do PCP.

    Em segundo lugar, um crescimento de 200% ou 300% (decida-se!) é uma coisa se for num ano, outra de for em dois, e ainda outra se for em cinco. Por exemplo, um aumento de 500% numa população de 10 em 5 anos quer dizer que cinco anos depois temos 60 tristes. (Eia, vão buscar o champanhe!)

    Em terceiro lugar, não estamos a falar do nº de doutorados em Portugal e do crescimento do mesmo mas sim do nº de doutorados entre os contratados a prazo do politécnico e o crescimento dos mesmos. De facto, o nº de doutorados portugueses aumentou exponencialmente nos últimos anos e apesar de uma boa parte ter regressado ou ficado no estrangeiro onde se doutorou, uma parte importante está cá ou gostaria de vir se o seu país lhes desse uma oportunidade de competir de forma limpa. E isso, meus caros, é o que vos assusta.

    Em quarto lugar, acabar um programa doutoral não é o mesmo que doutorar-se. É preciso defender uma tese diante de um júri e ser aprovado. E como até em Portugal alguns membros de júri têm vergonha na cara, o termo do programa doutoral não equivale a ter um doutoramento. Há quem julgue que a defesa da tese é um mero ritual. Engana-se. Pode ter uma note de caca. Ou pode ser aconselhado a não tentar defender por a tese não se aguentar nas canetas. Mesmo em Portugal não vale qualquer porcaria diante de um júri de doutoramento.

    Em quinto e último lugar: que "dentro de um ano haja muitos docentes que acabam os seus programas doutorais" quer dizer o quê? Muitos? As minhas mãos também têm muitos dedos. E a retórica da Fenprof também tem muita falta de imaginação.

    "Muitos"? Já estou a perceber o vosso medo do doutoramento e do concurso público.

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  45. Último comentário:

    Até o João Bosco -- que dá generosamente do seu tempo para discutir com os funcionários da Fenprof (que, afinal, têm de justificar a sua existência de alguma maneira) e demais dependentes sindicais -- não pretende passar o seu tempo a discutir com pessoas que repetem o seu relambório e limitam os seus manejos retóricos a evitar as duas únicas verdadeiras questões: doutoramento como condição de base e concurso público para acesso a cargo vitalício. Sendo assim, deixo vossas excelências entregues à vossa incessante produção de inanidades.

    Quanto a mim, vou voltar para o meu estudo do Império Otomano -- ou será que que estou a investigar o DNA mitocondrial humano -- ou os cultos de possessão da África Ocidental -- ou a política económica do FMI? Seja como for, no que respeita à função hepática dos sindicalistas da Fenprof, já cheguei a sólidas conclusões científicas dignas de um "docente" do politécnico:

    Produzem "muito" fel!

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