quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O Genoma do tigre-da-Tasmânia

Genoma do tigre-da-Tasmânia seria demasiado pobre para evitar a extinção Público, 13.01.2009 - 22h12 Nicolau Ferreira.

Seria necessário avaliar o universo ao qual pertenceram os escassos dois espécimes sobre os quais se baseiam as conclusões deste estudo. Com toda a probabilidade, trata-se de indivíduos de uma população já muito reduzida como resultado do extermínio levado a cabo, não "pelos homens", que conviveram durante dezenas de milhares de anos com os Tigres da Tasmânia sem os destruir, mas pelos homens Ocidentais, mais especificamente. É compreensível que os membros sobreviventes da espécie numa qualquer bolsa geográfica percam muita variedade genética. (Neste caso, é mesmo possível que ambos os espécimes sejam o resultado de intercruzamento em cativeiro, mas a notícia não permite determiná-lo.) Todavia, se assim for, a perda de variedade genética explica-se pelo extermínio da espécie pelos Ocidentais e não o contrário. Faz-me lembrar o que a Hannah Arendt escrevia sobre as tácticas de Hitler e de Estaline que diagnosticavam a decadência ou a degenerescência e prognosticavam o fim próximo das classes/raças que pretendia exterminar para um ou dois anos depois passarem ao acto. Também este estudo me parece uma justificação ex post facto de um dos inúmeros desastres coloniais que mancham a história do Ocidente.

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