domingo, 13 de dezembro de 2009

As Novas Roupas do Bispo Clemente

Parece-me sintomático que o júri que atribuiu o Prémio Pessoa ao bispo católico Manuel Clemente justifique o seu acto referindo-se antes de tudo à "sua intervenção cívica," a qual, segundo os mesmos, "tem-se destacado por uma postura humanística de defesa do diálogo e da tolerância, do combate à exclusão e da intervenção social da Igreja [Católica]."

Igualmente sintomático é o facto de, no artigo do Público a que me refiro, a menção às obras escritas do bispo serem remetidas para a segunda parte da notícia.

Numa outra notícia tomamos conhecimento dos comentários laudatórios dos políticos a quem o Público pediu que escrutinassem a escolha do júri. Para além de me parecer estranho que o jornal decida sondar a opinião de políticos de todos os quadrantes sobre a escolha do júri do Prémio Pessoa, registo igualmente o facto de o mesmo jornal não se ter dado ao trabalho de sondar as opiniões de escritores, artistas e cientistas. Recearia não colher reacções tão favoráveis dos notáveis da literatura, da arte e da ciência quanto as recolhidas junto dos políticos, sempre tão interessados em não alienar a grande fatia do eleitorado que ainda se rege pela cruz?

A juntar à estranheza, acresce o facto de nenhum dos interpelados se ter lembrado de mencionar pelo menos um dos livros do bispo Manuel Clemente, uma obra marcante que lhe tenha ficado na memória. Curiosamente, o único dos muitos elogios prodigalizado pelos entrevistados que se refere directamente aos supostos objectivos do Prémio Pessoa vem de Paulo Rangel. Mas, curiosamente, Rangel escolhe elogiar não Clemente mas a sua igreja ao referir-se ao " papel cultural e intelectual da Igreja Católica em Portugal."

Eu, que, confesso, não costumo correr às livrarias para ler o que os sacerdotes da igreja de Roma publicam, confiava que ilustres católicos como Rangel soubessem esclarecer-me dos méritos literários ou artísticos de um dos seus homens do hábito. Isto porque presumo que os feitos de Clemente não estarão no domínio científico, um domínio do qual, mesmo em Portugal, a teologia, na qual Clemente é doutorado, não faz parte. (Mas, quem sabe, talvez, seja Clemente um cientista amador -- estou aberto a tudo menos a perpetuar a minha ignorância sobre Clemente, que descubro tão distinto.)

Afinal, uma consulta ao site do Prémio Pessoa esclarece-nos do que julgávamos saber: que o Prémio Pessoa se destina a reconhecer "uma intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária ou científica do país."

Talvez as maiores obras literárias de Clemente e as suas maiores realizações artísticas sejam tão óbvias e universalmente conhecidas que apenas o tardio reconhecimento do Prémio Pessoa seja notícia. Talvez apenas pessoas ignorantes como eu desconheçam as geniais inovações artísticas e literárias (e, quiçá, talvez até mesmo científicas) prodigalizadas por Clemente.

Além de tudo isto, mas centralmente no que do pronunciamento do júri e dos comentários dos mais ilustres observadores se cita, são os méritos éticos, morais, sociais, cívicos e até mesmo religiosos do bom bispo que mais enchem a boca do mundo.

Talvez algum articulista piedoso nos dias vindouros se lembre dos pobres de espírito como eu e do exemplo do bom bispo, que dizem ter-se ilustrado na luta contra a "exclusão," e venha esclarece-nos a nós, os menos inteligentes e menos cultivados, sobre os grandes feitos literários do bispo Clemente.

Entretanto, e em sinal do quanto teria aprazido a Fernando Pessoa a escolha do júri de um Prémio que julgou por bem ornar-se do seu nome, deixo aqui umas palavras que o poeta confiou ao papel (e não aos Portugueses que o rodeavam) por volta de 1910:

"De todos os sistemas filosóficos que se sabe serem falsos, o sistema Cristão é o mais coerente. Num instante cai pela base -- um golpe de raciocínio derruba-o. Mas ainda não existe nesta terra quem seja capaz de vencer o seu grande expositor, Tomás de Aquino, em todos os pontos." (Obras de Fernando Pessoa, Vol. III, Lello & Irmão, Porto, 1986, p. 240.)

O mesmo, estou certo, se dirá no futuro de Clemente.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Amargo de Boca

Por volta de 1468, Heinrich Kramer e Johann Sprenger, ilustres Dominicanos, escreveram um livro intitulado Malleus Maleficarum que se tornou desde logo no mais popular manual de caça às "bruxas." Entre as muitas recomendações, aconselhavam que, entre as sessões de tortura, as mulheres estivessem sempre acompanhadas de guardas afim de impedir que "o diabo as faça matarem-se." Tudo isto foi feito milhares de vezes a milhares de mulheres (mas também homens) que sofreram horrores às mãos de carrascos comandados por homens cuja autoridade, mentalidade e práticas emanavam da colecção de textos que formam o livro a que Saramago chama um "manual de maus costumes."

Os crimes da Igreja e daqueles que agiram em nome de Cristo são inumeráveis. O próprio rabi Joshua, Iesus ou Jesus, se alguma vez existiu, e se por milagre voltasse à terra, a primeira coisa que faria seria renegar o Cristianismo e os Cristãos sob todas as suas formas. Se um tal Jesus existisse, eu não me importaria de cear com ele, e ele ficaria sem dúvida aliviado por eu não ser Cristão.

Saramago tem razão, e saberem que ele a tem é a razão do amargo de boca que as suas palavras representam para os Cristãos.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Cavalo manso

"Too much of a good thing." Parece que os Portugueses conseguiram pôr cobro à revolução que constituiu um governo reformista determinado e inflexível face a grupos de pressão e interesses particulares. Num país onde "defender o seu" é razão suficiente para se ter o que se quer desde que os custos fiquem afogados num prejuízo geral imputável aos políticos que no momento têm as rédeas do poder na mão, as pequenas multidões corporativas são uma razão em si que se esgota mas também se basta na pura manifestação de força colectiva face a um colectivo nacional dócil e volúvel. Como um cavalo manso, o povo Português há-de queixar-se, ainda um ano não volvido, do voto capitulativo que ontem depositou nas urnas, pelos ouvidos emprenhado. Jovens, emigrem.

...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A Filosofia da Cadeira Aquecida

Professores do Superior Manifestam-se em Lisboa
Centenas de Professores Manifestam-se à Frente do Parlamento

Aí estão os adeptos da filosofia da cadeira aquecida. Foi-lhes alargado para seis anos o prazo inicial de quatro para se doutorarem porque se queixavam que quatro anos era pouco tempo. Agora queixam-se de que é tempo demais!

Ainda por cima querem que lhes dêem lugares vitalícios sem se submeterem a concurso público. Como se os estudantes, as universidades e os contribuintes não tivessem o dever e o direito de terem os melhores professores e investigadores!

E aqueles que, tendo qualificações muito melhores do que os que lá estão nunca tiveram a sorte nem fizeram os fretes para serem cooptados? Esses não têm direitos? Não têm o direito de competirem de forma transparente e serem escolhidos caso sejam os melhores para o lugar?

E o risco que correram os que se foram doutorar lá fora só para voltarem e se verem impedidos de concorrer a um lugar por estes já estarem ocupados por esta gente que, munida de uma mera licenciatura (quando não é menos!), acham que, pelo simples facto de terem estado sentados numa cadeira durante anos, têm o direito de lá continuar?! É isto que nos pedem para pagar? É isto que querem que os nossos filhos suportem na universidade?!

Há anos que se sabe que as universidades e politécnicos portugueses terão, mais tarde ou mais cedo, por reger-se pelos padrões europeus e internacionais de qualidade do ensino superior (universitário e politécnico), o que quer dizer duas coisas: o doutoramento como condição de base para aceder à carreira e concursos públicos transparentes para se entrar para os "quadros." Mesmo os seis anos previstos para os actuais "docentes" se prepararem são um insulto para todos aqueles que nunca tiveram sequer a hipótese de competir por um lugar -- sim, competir, a palavra feia que quer dizer trabalho, esforço e tomada de riscos, a terrível palavra que a nossa elite de "docentes" receia acima de tudo.

Mas isto é a carreira no politécnico. Resta ainda tratar a iniquidade dos Estatutos da Carreira Docente Universitária onde, continua a vigorar a estupidez do recrutamento por cooptação: basta ter um doutoramento, mesmo fracote, e ter aquecido a cadeira de assistente durante cinco anos para se ter emprego vitalício garantido à custa dos contribuintes e dos alunos, que assim são privados dos melhores professores.

A mensagem é clara: «se queres ser "professor" universitário em Portugal, não arrisques, não penses sequer em ires doutorar-te para o estrangeiro numa universidade prestigiosa; anda por aí (para usar a expressão de um desses "docentes" licenciados), começa por seres o mais agradável possível para os teus professores, elogia-lhes o trabalho, não levantes ondas, sê comportadinho e serás mais um excelente soldado do exército da mediocridade universitária portuguesa

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Mário Nogueira vai nu

Hoje, para o vosso divertimento temos:

Sindicatos falam de adesão variável à greve e ministério aponta média de nove por cento

«Os sindicatos afirmam que a adesão dos professores à greve nas duas primeiras aulas de hoje variou entre os zero e os 100 por cento, enquanto o ministério destaca que só nove em cada cem professores faltaram hoje ao trabalho.»

Rir é o melhor remédio!


Vital Moreira e os fantasmas sexuais da extrema-esquerda

Está em curso uma revolução na educação em Portugal, diz Vital Moreira

Não há dúvida que este cavalheiro parece excitar os comunistas até ao limiar do orgasmo. Os comentários dos internautas na página da notícia são reveladores. A obsessão com os "Xuxalistas" é um claro indício de fantasmas de felação.

Para além disso, o carácter fantasioso dos comentários e a perda de contacto com a realidade (que por inerência está cronicamente associada à condição comunista) demonstram o recuo dos processos secundários face aos processos primários e o consequente enfraquecimento do Eu.

O resultado é viver num mundo imaginário onde: "a União Soviética não foi um fracasso," "o comunismo não é uma utopia falhada e desastrosa," "oito milhões de Ucranianos não foram assassinados pelos Soviéticos," "o PCP sempre quis uma democracia em Portugal," etc, etc.

Tudo leva a crer que, para os comunistas, onde hoje está o Ego, que amanhã esteja o ID.

Acesso à condução de motas até 125 cm3

Escolas de condução contra acesso mais fácil a carta de motas

Há sempre descontentes, é normal. Mas a medida é correcta e a sua eficácia e segurança é comprovada. O próprio teste de perícia é um incómodo desnecessário e os deputados podiam aproveitar para descartá-lo. Estamos a falar de pessoas que têm carta de ligeiros. Em França, por exemplo, a carta de condução de ligeiros dá automaticamente acesso à condução de motos até 125 cm3 -- e isto há muito anos. Que eu saiba, isso não se traduziu em sinistralidade elevada. Os jornais portugueses dão excessivo relevo à expressão de interesses sectoriais e corporativos, talvez para vender à custa das tensões que contribuem para exacerbar. Mas nesta lei como em tudo o resto, são os interesses gerais que devem prevalecer. Já agora, aproveito para sublinhar a necessidade de vigiar as escolas de condução onde a corrupção é endémica. A PJ devia atacar este problema sistematicamente e livrar os nossos jovens desse cancro precisamente no momento em que entram na vida adulta. Podem considerar isto como uma denúncia anónima e lançarem-se a este problema com o mesmo vigor que outras denúncias anónimas têm suscitado.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Tétrico

"Ferreira Leite dá "graças a Deus" porque passou a era dos comícios"

Mas que anedota de mulher! Então ela está a tentar enterrar os comícios porque sabe muito bem que se fizer um não aparece lá ninguém para além dos apaniguados do partido! Ah, ah, ah, ah! Isto devia chamar-se: "Novas Tecnologias Para o Comité Geriátrico Social Democrata"! Ah, ah, ah, ah!

Mas então a dos 700 apoiantes do Facebook, essa é que me faz dobrar a rir! Ah, ah, ah, ah! Então não me digam que num um partido com dezenas de milhar de filiados anda toda a gente a virar as costas à mulher! E ao seu compincha para a Europa que está nos 600? Ah, ah, ah, ah! E dizem eles que é nas redes sociais que se vão safar?! Ah, ah, ah, ah!

Mas tem mais: diz ela que os acessores todos do Obama não transformavam Sócrates no Obama! Mas então não estão a ver que para a senhora Leite não eram os técnicos do Obama mas sim os que fazem a manutenção do Lenine que iam ter uma trabalheira dos diabos?! Ah, ah, ah, ah!

Perdeu o juízo

Depois do seu comportamento abjecto ter sido exposta em público, Josefina Rocha ameaça uma das crianças que humilhou e abusou verbalmente em público. Só pode ter perdido completamente o juízo, coisa de que aliás já suspeitávamos aqui na Bigorna.

Roda-Livre

Há gente que pensa que se o PSD alcançar o poder (não se riam, falo hipoteticamente) desmonta as reformas da educação que tanto custaram a este governo. Não podiam estar mais enganados! Depois de o primeiro-ministro eleito do PSD ter dado de frosques para Bruxelas, de ter posto um cómico no seu lugar e de vir agora o partido apresentar-se a eleições com um espectro do Antigo Regime que diz tudo e mais alguma coisa, só por ingenuidade se pode acreditar que as críticas do PSD à reforma educativa são outra coisa que não conversa eleitoralista de treta! Na verdade eles estão todos contentes por ter sido o PS a carregar o ónus de afrontar a corporação dos professores do ensino público! Tinha de ser feito e ainda bem que não foram eles! Só um professor domesticado pelos sindicatos com promessas de progressão automática sem qualquer avaliação consequente é que pode julgar desnecessárias estas reformas. Mas depois vê-se o que acontece quando os piores destes professores em roda livre são expostos por meio de uma simples gravação áudio! A verdade é que a grande maioria já entregou os objectivos porque sabe muito bem que a reforma é para ficar.

A Vergonha da Universidade Portuguesa


Enquanto se passar de assistente a professor sem concurso público, não há reforma que endireite as universidades portuguesas.

Há milhares de doutorados portugueses que se doutoraram nas universidades europeias, britânicas e americanas mais prestigiosas e que não podem concorrer a um posto porque os mesmos estão guardados para os assistentes desde que estes tirem um doutoramento (seja qual for a qualidade do mesmo) e tenham aquecido o lugar de assistente durante 5 anos.

Isto é uma ignomínia, uma injustiça profunda para com todos aqueles que arriscaram ir para o estrangeiro, ultrapassaram barreiras da língua e da cultura, muitas vezes em tenra idade, e foram reconhecidos pela qualidade do seu trabalho sem as cunhas e amiguismos que pontuam as "carreiras académicas" em Portugal.

Mas, o que dizer aos contribuintes também? Que o país não está a usar o seu dinheiro para pagar aos melhores mas sim aos que aqueceram o lugar por terem cara bonita e não levantarem ondas?

Que dizer aos alunos? Que não têm os professores que merecem mas apenas aqueles que um sistema corrupto e mafioso lhes quer dar?

Vamos continuar a "significar" aos alunos universitários que se quiserem uma carreira académica é mais importante cair nas boas graças dos professores do que assumir riscos intelectuais e trabalhar duramente na investigação? Que é melhor ficar por casa a aquecer um lugar de assistente em vez de ir conhecer o mundo e adquirir novas competências lá fora?

Na entrevista para a qual remete o link ao início deste comentário, o Sr. António Nóvoa, reeleito (em Portugal, todos os lugares se aquecem e nenhum se perde) Reitor da Universidade de Lisboa, alude timidamente ao carácter absurdo do actual estatuto da carreira docente universitária. A que se refere realmente? Porque não ser claro? Ou será que devíamos chamar-lhe "Sr. António Névoa"?

A UNIVERSIDADE PORTUGUESA FAZ-ME SENTIR ENVERGONHADO DO MEU PAÍS.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Onde estão os nossos padrões?!

Secretário de Estado pede rápido esclarecimento do caso de Espinho

É incrível a forma como dos comentários televisivos aos comentários anónimos na internet, uma grande massa de pessoas se entrega alegremente ao branqueamento do comportamento inqualificável desta professora. As suas palavras são grosseiras, indignas de um educador a quem o Estado Português paga e entrega a educação das nossas crianças. Os professores que deviam repudiar um tal comportamento são os primeiros a tentar desculpá-lo! Então é aceitável que uma professora arraste deste modo para a sarjeta a vida íntima dos alunos! São aceitáveis os termos grosseiros, broeiros, em que falou de sexualidade? É isto que os senhores professores e outros desculpadores querem para os nossos filhos?!! Esta senhora que puxa tão alarvemente e despudoradamente dos galões do seu miserável mestrado (quem não conhecer os mestrados portugueses, que os compre) tentando amesquinhar e humilhar a mãe da aluna a quem se dirige -- esta senhora é digna de lhe ser confiado um cargo público da maior responsabilidade, que é o de lidar com as nossas crianças à porta fechada?! Onde é que estamos?! Onde estão os nossos padrões?? E a nossa decência?!

CRIANÇAS E JOVENS PORTUGUESES: NÃO TENHAM MEDO!
USEM OS VOSSOS GRAVADORES E CÂMARAS DE TELEMÓVEL PARA EXPOR OS ABUSOS DE QUE SÃO VÍTIMAS.
NÃO TENHAM MEDO DE DEFENDER O VOSSO DIREITO À DIGNIDADE E A UM AMBIENTE EDUCATIVO SEM AMEAÇAS E SEM ABUSOS!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Olhe para a Suécia!

Ministra da Educação defende reformulação do financiamento das privada

Olhe para a Suécia, Sr.ª Ministra! As escolas charter lá têm de responder a um caderno de encargos e dar um programa cuja definição é concisa de forma a deixar espaço para a apresentação de propostas educativas variadas. A isto soma-se a entrada por sorteio de forma a não haver qualquer forma de descriminação e custo fixo por aluno e por ano suportado pelo Estado. Dentro deste enquadramento, quem quiser pode organizar uma escola desde que corresponda aos requisitos da lei. O lucro não é proibido mas o financiamento segue as escolhas das famílias e dos alunos. Os Suecos conjugaram assim liberdade de escolha (dos alunos e famílias), liberdade de empreendimento (dos professores, gestores e criadores de escolas) e protecção social (uma vez que a frequência é custeada pelo Estado). Olhe para a Suécia, Sr.ª Ministra e veja como é possível uma melhor educação com professores motivados pelo trabalho e não pelas promessas dos sindicatos!

sábado, 9 de maio de 2009

Votar em Branco



09.05.2009 - 10h39 - João Bosco, Porto
Não desviem o assunto para a questão de poder haver lucro. É certo que não deve haver lucro. Mas, mais do que isso, é a passagem de 20 mil para mais de um milhão de Euros de dinheiro vivo a poder entrar nos Partidos a coberto de meras justificações esfarrapadas que NÃO É ACEITÁVEL. NÃO BASTAM REMENDOS À LEI. Aliás, PROPONHO AOS PORTUGUESES NÃO VOTAR EM NENHUMA ELEIÇÃO ENQUANTO ESTA LEI ABJECTA NÃO FOR ANULADA -- INTEIRAMENTE ANULADA.


09.05.2009 - 10h56 - Luís Miguel Fernandes, Carnaxide
Inteiramente de acordo com o leitor joão Bosco. Como Português, Cidadão contribuinte, Europeu convicto e Socialista estou envergonhado e peço perdão a todos os Portugueses em nome do PS; este não é o meu PS. A única maneira de evitar isto é para já um boicote ás Europeias e se não resultar ás seguintes (ou o voto em branco) Massivamente. È ultrajante não fazerem pactos de regime para matérias estruturantes e "arranjarem-se" para legitimar o "Mensalão" Tuga. E as justificações do PCP (?!) Patéticas...O Bernardino Machado devia estar calado e ir dar uma voltinha até ao Seixal...


09.05.2009 - 11h44 - João Bosco, Porto
Caro Luís Miguel Fernandes: Já somos dois. E não me interessa saber as suas simpatias partidárias. Isto é uma questão de Estado de Direito. NÃO PODEMOS DEIXAR QUE NOS ROUBEM O ESTADO DE DIREITO. Concordo com a sua sugestão. A melhor solução não é deixar de ir votar mas sim VOTAR EM BRANCO ENQUANTO ESTA LEI ULTRAJANTE NÃO FOR TOTALMENTE ANULADA. Peço a todos os leitores que concordam connosco que FAÇAM CIRCULAR ESTA MENSAGEM por todos os meios: "SE OS PARTIDOS NÃO SUSPENDEREM TOTALMENTE ESTA LEI DO FINANCIAMENTO PARTIDÁRIO, VOTEMOS EM BRANCO."

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Cem anos a dormir

PCP recusa pedir desculpa e responsabiliza Governo pela crise da agricultura
04.05.2009 - 08h00 Lusa, PÚBLICO

Para quem tenha estado a dormir nos últimos cem anos, fica mais uma vez clara a natureza do comunismo. Surfar descontentamentos, tratar ex-militantes como escravos foragidos e desatar à cacetada nos que discordam. Votem neles, votem. Depois não se queixem.

sábado, 2 de maio de 2009

Liberdade não é Irresponsabilidade

Sindicato dos Inspectores de Educação indignado com ataque de Alegre

Pois. Isto é o resultado de se confundir liberdade com irresponsabilidade, uma herança pesada do Salazarismo que afecta a "esquerda" e a "direita" de igual modo. Desde que uma manifestação seja "contra", a ética pode ir para as urtigas. Segundo todas as evidências, os alunos foram instrumentalizados pelos professores para a defesa dos seus interesses corporativos, o que constitui uma grave quebra da ética profissional. Os professores têm um importante ascendente sobre os jovens, um ascendente que resulta do papel educativo que o Estado lhes confiou em nome dos cidadãos. Usar essa posição para manipular menores em benefício próprio é um abuso que deveria ser severamente punido, nomeadamente com a exoneração. Os inspectores estão a cumprir o seu papel que é o de apurar o que se passou de forma a determinar se houve má conduta por parte de agentes educativos e impedir que tal se volte a verificar. Considerar isto "pidesco" como o faz Manuel Alegre é confundir liberdade com irresponsabilidade. Quando é que a febre abrileira e a retórica do reviralho será substituída pela responsabilidade democrática e pelo respeito das leis?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Pedro Passos Coelho e o manto da invisibilidade liberal


Meus queridos comentaristas do Público, deixem-me falar aos vossos preconceitos.

Primeiro, o de que Pedro Passos Coelho seria demasiado "novo" ou "tenro." Porquê esta atracção pela decrepitude? Já não nos chega de monstros anquilosados? Pelo contrário: se houver algo errado com Passos Coelho é o já não ser novo! A mudar, nós precisávamos de um ou uma PM com 35 anos! Uma pessoa com a idade do Passos Coelho na Idade Média já tinha morrido há anos! Para além disso, em Portugal envelhece-se muito depressa -- na cabeça, quero dizer. Os homens mal se casam perdem metade do cabelo e ganham uma bossa de camelo patética ao nível da cintura. As mulheres, muitas mulheres, assim que têm o primeiro filho, avacalham-se de forma inacreditável: deixaram de viver para o marido, que agora está bem preso no anzol, e passam a viver para o menino-rei que se encarregarão de transformar num imbecil mais imbecil do que o pai.

Segundo: o curriculum. Lembro que também se dizia do Obama que o tinha muito fino. A única coisa que acho lamentável em Passos Coelho é o facto de se aproveitar do postíbulo universitário: apesar de não ter feito o doutoramento dá aulas na universidade há anos. Isto é uma vergonha que só em Portugal se encontra (talvez em alguns países Africanos e Sul-Americanos também) e é triste que ele se aproveite disso.

Terceiro: Passos Coelho diz-se liberal, o que implica um Estado mais pequeno, regulador, e que dá apoio social pelo lado do financiamento de pessoas e não fornecendo serviços estatais que acabam por ser piores, custar mais e matar a concorrência e, por conseguinte, a criatividade (veja-se os ganhos dos profs no ensino público e no privado e as qualidades respectivas do ensino). Muito bem, de acordo. Mas e do ponto de vista dos costumes e dos comportamentos? É Passos Coelho um liberal ou vai seguir a tradição do PSD de andar agarrado às saias dos padres? Já anda a dizer, invocando vetustas tradições, que pretende favorecer as misericórdias em detrimento dos serviços de Estado. Vai Passos Coelho apoiar concordatas e dar dinheirinhos públicos à Igreja Romana? Vai Passos Coelhos apoiar legislação moralista (leia-se: moralismo Romano) contra as liberdades individuais? Qual é a posição de Passos Coelho relativamente ao casamento entre pessoas do mesmo sexo? Porque é que os nossos jornalistas são tão condescendentes ao ponto de não lhe perguntarem isto? Estarão também a torcer os dedos para que Passos Coelho se torne Presidente do PSD e procuram não embaraçá-lo em frente da larga proporção de acéfalos atávicos nas "bases" do PSD? Ou será que os próprios jornalistas -- neste caso, que o próprio Mário Crespo -- não sabem o que é ser liberal?

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Público Censura João Bosco

O site do Público usa os serviços do Twingly que permitem listar nas páginas de notícias os blogs com ligação para as mesmas. Os blogs listados são habitualmente os últimos 5 a terem sido postos em linha com a referida ligação à página do Público em causa. Ora, já pela segunda vez constato que um post meu é omitido da lista exibida na página para qual o post liga apesar de figurar na página do Twingly onde são listados todos os blogs com ligação para a notícia em causa. Ao que parece, os meus posts não são os únicos censurados. Em vez de se reger pelo critério temporal (últimos cinco), o Público só mostra o que lhe convém. Aconselho por isso os interessados a clicarem na ligação "ver tudo" que leva à lista elaborada pelo Twingly. Esta, o Público não pode censurar.

Público corre contra a parede do descrédito


Em tudo isto, uma constante muito interessante. Não sei se repararam, mas sempre que o Público cita alguém que acusa José Sócrates de ter recebido luvas, trata-se inevitavelmente de uma "testemunha" anónima. As testemunhas identificadas, essas, dizem o contrário: que José Sócrates não recebeu luvas. Este padrão é tão constante que é melhor o Público começar a pensar em produzir alguma testemunha minimamente credível (i.e. com cara, nome, circunstâncias e uma história que possa ser conferida e verificada). De outro modo, as suspeitas adensar-se-ão e justificarão uma investigação judicial.

Para além do atentado até agora insubstanciado ao bom nome de uma pessoa, o Público também reincide na cumplicidade e facilitação da quebra do segredo de justiça, o que é um crime. Então o prevaricador judicial é criminalizável o cúmplice que lhe faz eco não é? Hum...

sábado, 31 de janeiro de 2009

O Alvo a Abater

Assessora de Manuel Pedro confirmou pagamento de “luvas” a José Sócrates 31.01.2009 - 10h46 PÚBLICO
Mãe de Sócrates comprou a pronto apartamento a “offshore” e declarou menos de 250 euros 31.01.2009 - 09h51 PÚBLICO
O Público abdicou dos mais elementares princípios da ética jornalística e do princípio central de um Estado de Direito: a presunção da inocência até prova em contrário. Estas notícias sobre o caso Freeport a conta-gotas mas em crescendo denunciam claramente uma orquestração cuidada. O Público participa nela ou presta-se a ela. É melhor que se apresse: depois de umas tantas vezes a misturar escória ao ouro jornalístico, o jornal deixará de valer o papel em que é impresso. O que é notável e sintomático é o facto de ser sempre com o mesmo alvo que os padrões jornalísticos são abaixados até à caricatura: José Sócrates. É um alvo a abater.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

País de Bestas

Alteração de critérios de correcção de exames nacionais preocupa professsores

Por esta bitola, viveríamos ainda nas árvores uma vez que qualquer alteração para melhor das circunstâncias de vida seria uma injustiça em comparação com os predecessores imediatos. País de bestas!

Segurem-se nas vossas próprias pernas

Professores avaliadores podem a partir de hoje recusar observação de aulas de avaliados

Quem nos vai salvar é o PCP, depois de ter limpo o sebo ao Bloco e depois de ter tirado as regalias absurdas que terá dado aos "profs" do público em troca do seu apoio. Absurdo é o Estado ter interesses noutra coisa que não no Exército, na Polícia, nos Tribunais, na Administração Fiscal, na Regulação das Actividades Económicas e na Acção Social para ajudar quem realmente precisa. Querer que o Estado seja em tudo parte e juiz é a doença mental típica da esquerda, como a da direita é querer que o Estado sirva os ricos e imponha os moralismos da Seita Romana a todos. Larguem os grupelhos ideologico-radicalo-religiosos de todos os bordos e aguentem-se nas vossas pernas como homens e mulheres. Sacudam séculos de sujeição a homens de saias, a obesos violadores, a sofisticados revolucionários e ao vosso próprio desejo de serem VITIMAS.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Declínio

Professores avaliadores podem a partir de hoje recusar observação de aulas de avaliados 20.01.2009 - 08h12 Lusa / Público

Quando o Público escreve "podem" em vez de "poderão" está a fazer um juízo de valor sobre a legalidade das pretensões grevistas da autodesignada "Plataforma Sindical de Professores." Ora, dado que a referida legalidade é questionável e publicamente questionada, o Público está a tomar partido pela referida "organização," cujas directivas, ceifadas e marteladas, todos sabemos de onde vêm. O Público abandonou os padrões de bom jornalismo que já foram a sua imagem de marca. Creio que os leitores já o perceberam, uma vez que o declínio da qualidade se reflecte de forma crescente nas vendas.

Adenda: Não resisto a transcrever um comentário que, no site do Público, me dirigiu um (óbvio) professor. Por si só, revela quais são os professores que se insurgem contra a avaliação e porquê:
«20.01.2009 - 10h44 - Egídio Pereira, Seixal
10h36 - João Bosco, Porto: Explique-me a diferença entre
"podem, a partir de hoje" e "poderão, a partir de hoje"!»

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Só três?


Porquê a timidez? Profissionais tão bem pagos e sujeitos a tão poucas exigências profissionais, podiam bem dar-se ao luxo de fazer uma semana inteira de greve. Os Portugueses é que não se podem dar ao luxo de continuar com estes professores baldas que não querem ser avaliados, que não querem diferenciação pelo mérito, e que não querem exames de admissão à profissão e que querem todos a subir ao topo da carreira e do salário mediante o número de anos em que aqueceram o lugar. Quanto aos sindicatos, têm todo o interesse em terem uma "classe"-massa, indiferenciada e unida pelos fortes laços da mediocridade e da conivência do assalto ao bem público: a perfeita caixa de ressonância sindical. A CGTP-PCP sabe bem que o grupo profissional que, a termo, resultará das novas exigências impostas aos professores do ensino público será bem menos sensível aos cantos de sereia do sindicalismo estalinista. Os profissionais altamente qualificados e movidos pelo brio e pelo sentido do dever não perdem muito tempo com o ataque em grupo uma vez que confiam mais no trabalho e no valor próprios.

O Genoma do tigre-da-Tasmânia

Genoma do tigre-da-Tasmânia seria demasiado pobre para evitar a extinção Público, 13.01.2009 - 22h12 Nicolau Ferreira.

Seria necessário avaliar o universo ao qual pertenceram os escassos dois espécimes sobre os quais se baseiam as conclusões deste estudo. Com toda a probabilidade, trata-se de indivíduos de uma população já muito reduzida como resultado do extermínio levado a cabo, não "pelos homens", que conviveram durante dezenas de milhares de anos com os Tigres da Tasmânia sem os destruir, mas pelos homens Ocidentais, mais especificamente. É compreensível que os membros sobreviventes da espécie numa qualquer bolsa geográfica percam muita variedade genética. (Neste caso, é mesmo possível que ambos os espécimes sejam o resultado de intercruzamento em cativeiro, mas a notícia não permite determiná-lo.) Todavia, se assim for, a perda de variedade genética explica-se pelo extermínio da espécie pelos Ocidentais e não o contrário. Faz-me lembrar o que a Hannah Arendt escrevia sobre as tácticas de Hitler e de Estaline que diagnosticavam a decadência ou a degenerescência e prognosticavam o fim próximo das classes/raças que pretendia exterminar para um ou dois anos depois passarem ao acto. Também este estudo me parece uma justificação ex post facto de um dos inúmeros desastres coloniais que mancham a história do Ocidente.